
Isso aborreceu profundamente o poeta (que nem precisou estudar pra ser poeta, nasceu pronto!) Catulo da Paixão Cearense, que escreveu uma resposta em versos, um poema memorável, cujo trecho transcrevo abaixo:
“Seu dotô, venho dos bredo, só pru mode arresponde
Toda aquela fardunçage, que vancê foi inscreve
Eu não sei lê, mas porém o seo padre capelão
Que sabe lê muito bem, leu pra nois tudo em treis meis
O seu bonito sermão, vancê fez aquilo tudo de cabeça e sem trabaio
Vancê tem forgo de gato e língua de papagaio
Num teje vancê jurgando que eu sou algum cangussu
Num sô não seu conseiero, sô do norte e violeiro
E vivo naquelas banda como veve um sanhaçu
Vassuncê já mi conheci: sô o Jeca Tatu (...)
(...)Seo conseieiro há di vê, pitando seu cachimbão
O Jeca Tatu se rindo, se rindo, cuspindo, sempre cuspindo
Com o quexo em riba da mão.
Eu sei que sô um animá, eu nem sei memo o que eu sô
Mas porém eu lhe agaranto o que vancê já falô
E o que ainda tem di falá, o que ainda tem di iscrevê
Todo, todo o seu sabê e toda sua saranha
Não vale uma palavrinha, daquelas coisa bunita
Que Jesus numa tardinha, disse im riba da montanha.”
Agora, se você quiser escutar a brilhante declamação pelo Rolando Boldrin
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