sábado, 11 de julho de 2009

Se esta rua, se esta rua fosse minha...

Há arte, e há o que motiva a arte. Há quadros, e há paisagens, pessoas, sonhos. Há livros, e há mensagens a serem passadas. Há esculturas, e há heróis a cavalo. Há música e danças, e há alegria. Há motes e há glosas.

Mote popular e fatalista: anúncio da desesperança ou constatação de uma triste realidade?

SE MERDA FOSSE DINHEIRO
POBRE NASCIA SEM CU


Talvez não tivesse cheiro,
Servia de brilhantina.
Ninguém cagava em latrina
Se merda fosse dinheiro.
Todo mundo era banqueiro!
Sanitário, era baú,
Porém aqui no Açu,
A terra do interesse,
Se tal coisa acontecesse
Pobre nascia sem cu...

Acabava-se o cruzeiro.
Rico não tinha lorota,
Não existia agiota
Se merda fosse dinheiro.
Todo mundo era banqueiro.
Até merda de urubu,
De gato e de cururu,
Iam ser padronizadas,
Depois da lei assinada,
O pobre nascia sem cu...

(Renato Caldas, RN)


No Brasil ou no estrangeiro
Bem diferente seria
E pobre tudo teria
Se merda fosse dinheiro.
Mas, logo, no mundo inteiro,
Desde o Japão ao Peru,
Do brasileiro ao hindu,
Provocaria, é lógico,
O fenômeno biológico:
Pobre nascia sem cu...

(Zeca Galo, RN)


Ia à falência o doleiro,
a fome toda acabava,
e a tripa seria escrava
se merda fosse dinheiro.
Mas nosso Congresso "obreiro",
que só defende o baú
do Bradesco e do Itaú,
aprovava a lei urgente
em que taxativamente
pobre nascia sem cu!

(Léo Pinto, PR)

2 comente aí::

Rê Cicca disse...

Pelo que eu entendi era um tema em que várias pessoas escreveram versos sobre. Muito bom, só faltou a ilustração kkkkkk

Guto disse...

Eu procurei em Google Imagens... busquei em ANAIS DO BURACO NEGRO... mas não obtive retorno...