sábado, 27 de junho de 2009

Poesia na Ciência



Quanta coisa contém essa breve frase: “As estrelas constituem-se dos mesmos átomos que a Terra”. (...) Dizem os poetas que a ciência retira a beleza das estrelas – meros globos de átomos de gás. Nada é “mero”. Também sei contemplar as estrelas em uma noite no deserto e senti-las. Será que vejo menos ou mais? A vastidão do firmamento estende minha imaginação – preso nesse carrossel, meu pequeno olho consegue captar luz com um milhão de anos. Um vasto padrão – do qual faço parte –, talvez minha matéria foi expelida por alguma estrela esquecida, como uma está expelindo ali. Ou vê-las com o olho maior do observatório de Palomar, afastando-se céleres de algum ponto inicial comum onde estiveram talvez todas reunidas. Qual o padrão, o significado, o porquê? Não prejudica o mistério saber um pouco sobre ele. Pois a verdade é muito mais maravilhosa do que qualquer artista do passado imaginou!
Richard P. Feynman, Nobel de Física [1965]

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Rê Cicca disse...

Belo texto e, como diria o dr. Drauzio Varela, um cientista, que não tenha a mente fantasiosa, também pode extasiar-se com as maravilhas da ciência desse nosso planeta e universo.

Júlia Soares disse...

Entendo que a ciência e a poesia podem andar juntas...Ou estarem em conjuntos distintos com intersecção mas isso não me faz gostar de física...Apesar de meu professor ser excelente, é uma coisa mais minha sabe...Eu prefiro a química.

Gostei do texto, muito interessante...Beijos